segunda-feira, 21 de junho de 2010

Perfil do Obreiro para os tempos atuais - Parte 3 - Final

A proliferação de instituições pára-denominacionais pode evidenciar a dificuldade da Igreja alcançar todas as áreas da vida secular. Surgem como braços das igrejas locais. Graças a Deus por uma ABU, pelos Atletas de Cristo, pela Missão Vida, que trabalha com mendigos, por um Caminho pra Liberdade, que trabalha com recuperação de meninos de rua. Vão aonde as igrejas locais não podem ir. Não competem com ela, mas ajudam-na.

Mas muitos movimentos surgem porque algumas pessoas têm dificuldades de trabalhar com a igreja local, em relação de amor e sujeição, e buscam alternativas para o seu temperamento. Não é o amor a um segmento do mundo que a Igreja não alcança. É escape. Milito na educação teológica há 15 anos. Graças a Deus por homens e mulheres de Deus que gastam suas vidas formando obreiros para a seara. Mas alguns parecem pessoas que perderam, se não a fé, pelo menos o rumo. Não sabem para onde ir, não têm coragem de ir para o mundo secular, e se entrincheiram em instituições de ensino para destruir a igreja. A ironia, o deboche, o não engajamento em uma igreja local, tudo isso é incompatível com o que se espera de um educador teológico. Quem não ama a igreja local e não está engajado nela não pode ser um educador teológico. Mas não é deles que vim falar. Vim falar do obreiro de Deus em geral.

Com muita convicção, afirmo e sustento: em qualquer área do reino, se o obreiro perdeu o amor pela igreja local, perdeu a autoridade espiritual para o trabalho. A expressão "não sirvo aos homens, mas sirvo a Deus" pode ser uma desculpa tosca para ocultar desprezo pelos irmãos e dificuldades em saber trabalhar em equipe. Sem amor pelos irmãos, como nos diz João, o amor por Deus é falso. Um obreiro precisa amar a Igreja de Cristo em geral e a igreja de Cristo em particular. "Todos os vossos atos sejam feitos em amor", disse Paulo. Principalmente o ato de servir. Aliás, somos chamados para servir e não para senhorear o reino. E um serviço que se qualifica pelo amor. Pode se servir por status, por carência afetiva (o líder sempre é estimado, a não ser que seja um desastre total), por dinheiro, por qualquer motivo, mas o único motivo válido é o amor ao que se faz e a quem se serve. Servimos a Deus, sim, mas servimos o seu povo.

Um obreiro cristocêntrico, bibliocêntrico e eclesiocêntrico pode causar alguma confusão. Três centros? Como pode ser? Quem é cristocêntrico será bibliocêntrico, pois Cristo é o clímax da revelação, como diz Hebreus. Quem for bibliocêntrico será cristocêntrico, pois como disse Jesus, as Escrituras testificam dele. E quem tem a Bíblia e tem Cristo tem a igreja. Quem tem e quem é igreja tem a Bíblia e Cristo. Ame a Cristo de coração. Ame sua Bíblia. Ame a igreja. Aí você será um obreiro que terá o perfil necessário para o mundo de hoje.


Parte 2


Pr. Alexandre Pedroso

Pastor do Distrito Bento Gonçalves.